"Bullying se correr o bicho pega" em Salvador
- Assessoria de imprensa
- 19 de abr.
- 3 min de leitura
Teatro em Cena Contra o Bullying: Escola de Salvador Recebe Espetáculo que Combate a Violência Escolar com Arte e Emoção

Por Assessoria de Imprensa.
Em abril de 2025, os corredores da Escola Medalha Milagrosa, em Salvador, foram tomados por uma atmosfera diferente. Em vez de apenas vozes infantis e o barulho dos intervalos, o que se ouviu foi o silêncio atento e as palmas emocionadas de crianças e adolescentes que assistiram à peça "Bullying – Se Correr o Bicho Pega", uma produção da Avatar Cia de Teatro com texto do escritor João Pedro Roriz e direção de Sérgio Mício.
A montagem conta a história de Manuel, um garoto introspectivo, que sofre discriminação por gostar de fotografar passarinhos, por sua aparência física e por não se encaixar nos padrões sociais impostos pelo ambiente escolar. No palco, o público acompanha a trajetória de superação de Manuel, que utiliza sua inteligência emocional para enfrentar e ressignificar os traumas causados pela exclusão e pelo bullying.
O enredo gira em torno da relação entre o protagonista e seus agressores, os personagens "Valentão" (Fabrício) e "Descolada" (Carolina), que mantêm uma relação de dominação sobre Manuel, apelidado por eles de "Estranho".
Com uma dramaturgia ágil e sensível, a peça propõe reflexões sobre poder, exclusão e pertencimento dentro do ambiente escolar.
Um fenômeno invisível, mas real
Para João Pedro Roriz, autor do texto original, o espetáculo é uma ferramenta potente para o despertar da consciência nas comunidades escolares. "Essa é uma oportunidade para as escolas de Salvador desenvolverem, a partir das cenas assistidas pelas crianças, estratégias para o combate ao bullying e toda forma de violência dentro da comunidade escolar", afirma o escritor.
Roriz destaca ainda que o bullying escolar é um fenômeno complexo e muitas vezes negligenciado: "É um fenômeno socioeducativo invisível para as autoridades e que reflete no modo como as crianças se relacionam e se desenvolvem". Por isso, segundo ele, levar a discussão para o palco é um passo importante para mobilizar famílias, educadores e alunos a enfrentarem esse desafio coletivo.
Um espetáculo sensorial e educativo
Com cenografia, trilha sonora, figurinos e maquiagem também assinados por Sérgio Mício, a peça não poupa elementos cênicos para envolver o público jovem. O diretor aposta em uma estética que aproxima a linguagem teatral da vivência real dos estudantes, mesclando momentos de tensão com outros de humor e leveza.
O elenco, formado por Henrique Souza (Manuel), Nicole Santana (Carolina) e Darlan Costa (Fabrício), entrega atuações fortes e cheias de nuances, dando vida a personagens que representam arquétipos presentes em qualquer escola do país.
A apresentação na Escola Medalha Milagrosa faz parte de um circuito educativo que pretende circular por outras instituições de ensino da capital baiana. Após cada sessão, alunos e professores participam de rodas de conversa com os atores e equipe pedagógica, promovendo um espaço seguro para compartilhar vivências e construir juntos práticas de acolhimento e respeito.
Arte como instrumento de transformação
A escolha de um espetáculo teatral como catalisador dessa discussão não é por acaso. O teatro, com sua capacidade de emocionar e provocar empatia, se mostra uma linguagem eficaz para tratar de temas delicados como o bullying. O projeto acredita que, ao verem suas histórias representadas no palco, muitas crianças encontram coragem para nomear suas dores e buscar ajuda.
Em tempos em que o combate à violência nas escolas se torna cada vez mais urgente, ações como essa se destacam pela criatividade, sensibilidade e impacto direto na vida dos estudantes. E enquanto Manuel fotografa passarinhos no palco, fora dele, um novo voo começa — o do diálogo, da empatia e da transformação social.
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