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Os dois últimos anos não foram fáceis

Atualizado: 20 de nov. de 2019


Os dois últimos anos não foram fáceis. Mas olha, é em momentos de crise que descobrimos o verdadeiro caráter das pessoas. Serviu como filtro, separou o joio do trigo. E serviu como lição para muita gente. Quem sempre trabalhou em grupo teve menos dificuldade de lidar com a crise do que os individualistas que nadaram sozinhos contra a enxurrada. Aqueles que mantiveram a palavra mesmo em momentos de aperto financeiro terá mais êxito após a tormenta, pois terá maior credibilidade. Aquele que traiu a confiança para ganhar vantagens, sofrerá com a desconfiança nos momentos de fartura. Quem é sério em seu trabalho, certamente continuou trabalhando. Os aventureiros, deserdaram. Os pessimistas se tornaram ainda mais pessimistas. Os otimistas passaram a ser realistas. Quem ostentou com a riqueza que não tinha, agora é obrigado a exilar-se nos páramos da pobreza. O humilde de todos os tempos hoje pode se gabar de ter resguardado aquilo que lhe é fundamental. Quem riu de si mesmo não está com rugas no rosto. Quem se levou muito a sério está cheio de cicatrizes. Quem tem mágoas, carregou mais peso. Quem se alegrou com o fim do mundo, agora vê um crepúsculo tímido no céu. Quem se desesperou, ainda lida com os efeitos da ebriedade. Quem não se separou, não se separa mais. Quem não morreu, não morre mais. Quem não viveu, ainda há tempo. E quem não chorou... bom, quem não chorou é um tolo!

João Pedro Roriz é escritor, jornalista e arte-educador - www.joaopedrororiz.com.br

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