Pesquisa revela que 30% dos brasileiros nunca compraram um livro
Do universo de 5.012 pessoas pesquisadas, 74% não compraram nenhuma obra nos últimos três meses
por Diário de Pernambuco em 20/05/2016 11:18
O número de leitores no país teve um ligeiro crescimento, de acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita pelo Ibope por encomenda do Instituto Pró-Livro, e cuja edição mais recente foi divulgada nesta semana. Eles passaram de 50% da população, em 2011, para 56% no ano passado. O critério para determinar se alguém é considerado "leitor" é se a pessoa leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro nos últimos três meses. A média de livros lidos por ano subiu de 4 para 4,96. Do universo de 5.012 pessoas pesquisadas, 74% não compraram nenhuma obra nos últimos três meses e 30% dos entrevistados nunca compraram um livro. O número de leitores na faixa etária entre 18 e 24 anos aumentou de 53% em 2011 para 67% em 2015.
A leitura ficou em 10º lugar quando o assunto é o que gosta de fazer no tempo livre. Aos não leitores, perguntaram sobre as razões para não terem lido nada nos três meses anteriores à pesquisa e as respostas mais frequentes foram: falta de tempo (32%), não gosta de ler (28%), não tem paciência (13%), prefere outras atividades (10%), dificuldades para ler (9%), sente-se cansado para ler (4%). LIVRO DIGITAL
O levantamento também mostrou que apenas 4% das pessoas já leram um livro digital em um e-reader (aparelho com esta finalidade). A maioria dos consumidores usa para ler celulares ou smartphones (56%), computador (49%) ou tablet (18%). Outro dado que chamou atenção na "seção digital" da pesquisa é que 59% dos entrevistados nunca tinham ouvido falar em e-book - 7% se mostraram interessados em conhecer a tecnologia. "O primeiro dado não surpreende, o Brasil é país do tablet e do smartphone", diz Carlo Carrenho, especialista em mercado editorial, do Publishnews. O aumento do número de pessoas que já ouviram falar em e-book era esperado: em 2011, eram 30%; em 2015, 41%. Porém, a maioria ainda não ouviu falar na tecnologia. "Considerando o Brasil, acho que é um número alto, mas seria legal ter um detalhamento melhor sobre a distribuição regional desse dado", diz Carrenho.