Alunos de Licenciatura em Computação do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) de Uberlândia desenvolveram, através do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), projeto de combate ao bullying escolar para ser aplicado em escola co-participante do projeto. Para tanto, adaptaram a peça de teatro do escritor João Pedro Roriz “Bullying – se correr o bicho pega” (Paulus) e realizaram a montagem com alunos agressores e vítimas.
O projeto trouxe bom resultado e foi citado no trabalho acadêmico de pós gradução da professora Regina Aparecida Ferreira Melo, intitulado “Variação linguística e tecnologia digital: por uma abordagem reflexiva da língua portuguesa no ensino fundamental” publicado pela Universidade Federal de Uberlândia em 27 de fevereiro de 2019. Em certo trecho, na página 94, a autora destaca como aconteceu o desenvolvimento do projeto:
“A necessidade de um trabalho para conscientização e sensibilização dos alunos da escola co-participante da pesquisa (aconteceu) diante de problemas recorrentes de agressões verbais e físicas relacionadas à prática do bullying”.
A autora conta que antes de colocar agressores e vítimas em cena para desenvolver a peça de teatro, foi preciso realizar “um árduo trabalho de sensibilização desses alunos”. A autora utilizou seu trabalho de conclusão da pós graduação para abordar os malefícios do bullying no ambiente escolar:
“Reforçamos que a falta de respeito com a fala do outro gera sim, o bullying, pois machuca, fere emocionalmente... traz consequências negativas para o resto da vida e que esses anos escolares deveriam ser os melhores da vida do aluno e por conta desse preconceito, muitos alunos têm se tornado tímidos, com baixa autoestima, tristes, e passam a acreditar que aquilo que falam dele é a verdade e nem querem ir para a escola, porque acham que são inadequados, que não se encaixam nesse ambiente”.
Em seu estudo, a autora estuda o linguismo nas escolas, a prática de utilização de gírias, de palavrões, de palavras com sotaques, de termos locais, de sotaques e mesmo o português adaptado como forma de comunicação. O escritor João Pedro Roriz ao escrever o livro “Bullying se correr o bicho pega” buscou trabalhar essas formas de comunicação e signos de modo a demonstrar como essas práticas causam um malefício ao coletivo dentro do ambiente escolar.
– O palavrão é uma das características de quem pratica violência ou discorre sobre ela. O apelido é também uma forma de código utilizado para tachar, para supervalorizar ou para menosprezar um colega. O professor precisa estar atento a esses elementos, como forma de relato, denúncia, a respeito de uma prática comportamental inadequada – disse o autor.
A peça de teatro infantil “Bullying – se correr o bicho pega” foi publicada pela editora Paulus em 2011 e distribuído pelo projeto Direito e Cidadania da FAPCOM para 250 mil crianças em todo o País através de ONGs associadas. O projeto resultou em diversas montagens teatrais profissionais e amadoras da peça em todo o território nacional.
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